segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O drama do sofrimento do justo


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Por que o justo sofre? Por que aqueles que andam com Deus sorvem nesta vida o cálice amargo da dor? Por que o justo precisa cruzar desertos escaldantes, atravessar vales escuros e pisar caminhos juncados de espinhos? Por que o justo enfrenta pobreza, enfermidade e privações enquanto muitos que blasfemam do nome de Deus parecem viver uma vida folgada, com o corpo sadio e nédio, cercado de riquezas e glórias humanas? Esse não é um problema simples nem fácil de responder. O sofrimento do justo é um dos temas mais complexos da Bíblia e precisamos fazer algumas reflexões.

Em primeiro lugar, vejamos a inevitável realidade do sofrimento do justo. Asafe ao ver a prosperidade do ímpio e sentir na carne a dor das provações, abriu seu coração para Deus e disse: “Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado” (Sl 73.13,14). O mesmo Asafe ainda pergunta: “Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará?…” (Sl 74.10). O apóstolo Paulo chega a dizer que todos aqueles que quiserem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos (2Tm 3.12). A vida cristã não é uma sala vip nem um parque de diversões, mas uma arena de muitas lutas, uma saga de muitas lágrimas, um combate renhido sem descanso e sem pausas.

Em segundo lugar, vejamos as tensões que o sofrimento do justo produz. A grande pergunta que se levanta é: Se Deus é bom, por que há tanto mal no mundo? Se Deus nos ama, por que sofremos? Se somos filhos de Deus, por que ele não nos poupa da aflição? Se Jesus Cristo já levou sobre si os nossos pecados e as nossas dores por que ainda padecemos enfermidades? Se nós somos filhos do Rei e herdeiros com Cristo, por que ainda enfrentamos privações financeiras? Não é simples conjugar o amor de Deus com o sofrimento do justo (Jo 11.37). Poderíamos compreender facilmente a razão dos homens maus colherem os frutos da sua semeadura maldita, mas, como explicar o sofrimento daqueles que lavam as mãos na inocência e vivem com integridade de coração? Como explicar que Jó sendo o melhor homem do seu tempo sofreu os maiores golpes na sua saúde, na sua família e na sua vida financeira? Como entender que Paulo, o maior de todos os apóstolos, enfrentou prisões, cadeias, açoites e passou o final de seus dias numa masmorra romana antes de ir para a guilhotina para ser decapitado? Como entender que, João Batista, o precursor do Messias, o maior homem segundo Jesus, foi humilhantemente decapitado por ordem de um rei bêbado? Ah, o sofrimento do justo ainda nos aflige.  Ainda nos aflige ver um crente piedoso padecendo uma enfermidade grave. Ainda nos aflige ver os servos de Deus privados dos frutos da terra enquanto os ímpios que desandam a boca contra Deus se abastecem com o melhor deste mundo. Importa-nos saber, porém, que a vida não se limita apenas ao que acontece do lado de cá da sepultura. Há ainda uma eternidade pela frente. Como ela será?

Em terceiro lugar, vejamos que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com as glórias por vir a serem reveladas em nós. Deus jamais nos prometeu amenidades nesta vida. Recebemos poder não para escapar do sofrimento, mas para enfrentá-lo e vencê-lo. Jesus disse: “Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem! Eu venci o mundo” (Jo 6.33). Ser cristão não é receber uma apólice de seguro contra as tempestades da vida. Aqueles que constroem sua casa sobre a rocha enfrentam as mesmas circunstâncias daqueles que a constroem sobre a areia. Sobre ambas as casas caem a mesma chuva no telhado, sopram os mesmos ventos na parede e batem os mesmos rios no alicerce. A casa construída sobre a areia desaba, mas a que foi construída sobre a rocha permanece de pé. Mas, não  temos apenas consolo e segurança no sofrimento aqui, temos também a promessa segura da bem-aventurança na vida porvir. Enquanto os ímpios acordarão para uma condenação inevitável e eterna; os salvos que sofreram, acordarão para uma eternidade de gozo inefável. O apóstolo Paulo diz: “Estou absolutamente convencido de que os nossos sofrimentos do presente não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Rm .18). Paulo, ainda, continua: “Pois as nossas aflições  leves e passageiras estão produzindo para nós uma glória incomparável, de valor eterno” (2Co 4.17). A nossa recompensa não é aqui. Caminhamos para a Casa  do Pai, para o Paraíso, para a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, onde Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima, e onde, com um corpo de glória, reinaremos com Cristo pelos séculos dos séculos. Então, o sofrimento do  justo não será mais lembrado, pois as glórias do céu nos encherão de uma alegria tal que não haverá mais espaço para se pensar na dor!





Rev. Hernandes Dias Lopes

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